Chefs e público aprovam o pirarucu selvagem no Rio Gastronomia

Os indígenas Deni e Paumari ao lado do chef Frédéric Monnier no Rio Gastronomia. Foto: Marina Rabello

O pirarucu selvagem e de manejo sustentável da Amazônia foi a grande estrela em diversos momentos do Rio Gastronomia, que aconteceu de 9 a 12 e 16 a 19 de dezembro, no Jockey Club Brasileiro. De receitas saborosas servidas em um quiosque exclusivo, passando por cardápios de restaurantes consagrados, aulas e palestras, o peixe mostrou a sua versatilidade para a gastronomia e importância para a conservação da Floresta.

Amazônia fish & chips criado pelo chef Frédéric Monnier. Foto Rodrigo Azevedo

Um dos recordistas de vendas no quiosque oficial da marca, comandado pelo chef Frédéric Monnier, foi o Amazônia Fish & Chips, uma releitura do clássico britânico “fish & chips”. No local, ainda era servido o bolinho de pirarucu; a moqueca de pirarucu e o bolo de chocolate com castanha brasileira.

“Adorei a crocância do Fish & Chips. O pirarucu é realmente muito saboroso e tem uma consistência interessante”, ressaltou a administradora Eliane Souza, que provou pela primeira vez o peixe.

Quiosque Gosto da Amazônia no Rio Gastronomia. Foto Victor Carnevale

Em uma lojinha anexa ao quiosque, o público ainda pôde comprar cortes congelados de peixe e os potes com receitas do chef Monnier, que acompanhou dia a dia as reações do público.

“É sempre bom ver de perto o retorno do nosso trabalho. E realmente trabalhar com o pirarucu selvagem e sustentável da Amazônia é especial por todo o papel de união das comunidades e conservação da Floresta”, destaca Frédéric.

Os indígenas provando o bolinho de pirarucu do chef Frédéric Monnier. Foto: Marina Rabello

Não só no quiosque exclusivo do Gosto da Amazônia, mas também outros restaurantes serviram o peixe em seus cardápios durante o evento. No Sult, de Nelson Soares, o grande hit foi o lombo de pirarucu grelhado com risoto de tucupi e jambu e castanha do pará ralada.

“O prato teve uma aceitação absurda. Muitos clientes disseram que era o melhor do evento, e muitos chefs apontaram o mesmo. O mais surpreendente foi o Nello Cassese, do Grado, que é super exigente, e repetiu o prato”, comemorou Nelson.

Chef Marcelo Barcellos no Rio Gastronomia
Chef Marcelo Barcellos no Rio Gastronomia. Foto Fábio Cordeiro

No Barsa, do chef Marcelo Barcellos, fez sucesso a refrescante salada de feijão asuki e fradinho, ceviche de pirarucu selvagem com hadock, tomatinho cereja, cebola roxa, ervas fresca, finalizada com caviar de surubim.

“Este Rio Gastronomia teve um sabor especial, além do encontro dos Chefs com o público e jornalistas, este foi o da superação, do retorno, estamos vivos e muito felizes por estarmos juntos novamente. Ainda contamos com o sabor do pirarucu sustentável da Amazônia, que é fantástico. Só tenho a agradecer por poder participar desta grande festa!”, disse Barcellos.

O presidente do Instituto Juruá, João Campos Silva, em palestra no Rio Gastronomia. Foto: Victor Carnevale

Para falar sobre a importância da atividade de manejo, o presidente do Instituto Juruá, João Vitor Campos Silva, participou de um bate-papo com o público no sábado, no auditório Santander. Na plateia, além de chefs e público, marcaram presença os indígenas Deni, do Médio Juruá, e da etnia Paumari, que habitam o Médio Purus.

“Quanto maior o consumo do pirarucu maior é a proteção das florestas, portanto, meu sonho é que o pirarucu chegue cada vez mais na mesa dos brasileiros, pois o pirarucu é um exemplo concreto sobre como explorar a Floresta de forma sustentável, gerando riqueza e bem estar ao mesmo tempo. O pirarucu ilumina a esperança de um futuro mais sustentável e mais justo socialmente para a Amazônia. E esse futuro só será possível se conseguirmos trazer o pirarucu para outras regiões do Brasil e pagar um bom preço aos manejadores”, defendeu o presidente do Instituto Juruá.

Indígenas Deni e Paumari no Rio Gastronomia. Foto : Victor Carnevale

Além de visitar o Rio Gastronomia e provar os pratos com o peixe, os indígenas passearam por pontos turísticos do Rio de Janeiro, como as praias de Copacabana, Ipanema e o Cristo Redentor.

“Gostei muito de ver o nosso pirarucu Deni no Rio Gastronomia. A comida é diferente da nossa, mas muito gostosa”, disse o indígena Deni Matavi.

Texto: Renata Monti. Publicado em: 23.12.2021.