Coletivo do Pirarucu inicia a temporada de pesca sustentável manejada

Contagem de pirarucus na Resex Médio Juruá. Foto Oliveira

As comunidades indígenas e ribeirinhas integrantes do Coletivo do Pirarucu já estão mobilizadas para a temporada 2022 de pesca sustentável manejada. Toda a atividade conta com o monitoramento de órgãos ambientais e de apoio técnico e é autorizada pelo Ibama. Por esse motivo, o pirarucu Gosto da Amazônia é considerado legal e de manejo sustentável.

Na região amazônica da Reserva Extrativista Médio Juruá, as comunidades se mobilizam para pescar cerca de 5 mil peixes, 295 toneladas, aponta Ecivaldo Dias, presidente da Asproc. Vale lembrar que os animais são extraídos apenas adultos, com o tamanho mínimo de 1 metro e meio, e o limite de pesca é de 30% do total de indivíduos adultos da área de manejo.

Manejadores da Resex Médio Juruá. Foto Oliveira

“Neste ano estamos com um aumento de 30% da demanda da pesca, o que nos motiva e nos traz mais trabalho. A cada pesca, uma equipe da ASPROC acompanha os manejadores e manejadoras de cada comunidade nos barcos e nas estruturas de pré-beneficiamento, com o objetivo de oferecer suporte técnico necessário a cada etapa, para que ocorram da forma mais correta possível”, explica Ecivaldo.

Já na Resex Médio Purus, a meta é pescar cerca de 90 toneladas, em dois meses, no período de setembro a outubro de 2022, explica Jesse Rodrigues, presidente da Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas do Médio Purus – ATAMP.

Para que tudo saia como o previsto, é necessário um planejamento minucioso dos membros do Coletivo, respeitando todos os critérios ambientais. Durante todo o ano, as comunidades realizam reuniões e trabalham no monitoramento dos rios e lagos a fim de evitar a pesca predatória e garantir o ciclo de reprodução e crescimento dos pirarucus.

Embarcação utilizada para transportar os manejadores (as) durante a temporada. Foto Oliveira

Nos meses que antecedem a pesca, ocorre a contagem de pirarucus nos rios e lagos, que é essencial para definir a cota a ser extraída de cada região, em parceria com o Ibama. Dentro do planejamento, ainda constam a compra de materiais de pesca, aluguéis de embarcações, limpeza dos caminhos dos lagos e construção de canoas.

“A importância do planejamento é tentar evitar o máximo de despesas. Quanto mais tempo levamos para realizar a pesca, maior são os custos para os manejadores e para as associações”, explicou Jesse.

Pirarucu na estação para peso e medida na Resex Médio Juruá. Foto Oliveira

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Publicado em: 14.09.2022.