Texto: Fabíola Abess | ASPROC – Publicado em: 20.01.2025
A ASPROC – Associação de Produtores Rurais de Carauari, organização que lidera o arranjo comercial do @gostodaamazonia, marca coletiva presente no mercado há cinco anos, participou da 12ª Reunião do Coletivo do Pirarucu. A associação é uma entre tantas instituições que participam do Coletivo, uma reunião estratégica de diversas organizações e lideranças para fortalecer e valorizar o manejo sustentável.
O encontro acontece no encerramento do ano e consolida a união com os parceiros do movimento, além de ser realizado um balanço das atividades da cadeia do pirarucu.
É por meio do Coletivo que as organizações comunitárias contam com apoio social e técnico de diversos parceiros sociais e órgãos governamentais, trabalhando juntos pela sociobiodiversidade e pelo futuro do manejo do pirarucu e dos territórios que ele sustenta.
Realizado nos dias 12 e 13 de dezembro, o encontro reuniu lideranças de associações comunitárias das bacias dos rios Purus, Negro, Juruá e Solimões, além de manejadores e manejadoras de unidades de conservação, territórios e áreas de acordos de pesca.
Foi realizado um balanço do manejo sustentável do pirarucu em 2024, com cada área apresentando seus desafios, soluções e resultados alcançados, além de apresentações como dados sistematizados pelo IBAMA e percepções sobre os impactos das mudanças climáticas no manejo do pirarucu e contribuições do manejo para mitigação e adaptação climática.

Jéssica Souza, integrante do grupo de trabalho de governança do coletivo, destacou o objetivo dessa edição do encontro, que reuniu representantes das associações por calha de rio: Rio Negro, Rio Unini, Purus, Solimões, Juruá e Vale do Javari.
“O nosso ponto principal dessa reunião foi entender o cenário da pesca diante da seca extrema desse ano. Eu acho que o momento mais forte dessa reunião foi a gente entender de quem tinha pescado como tinha sido, a gente fez um panorama principal das principais dificuldades da seca para cada território, por calha de rio, e também pensar em quais são as estratégias que vamos seguir daqui diante das mudanças climáticas, assim como nossa participação na COP30 em Belém”, destacou.

Além das discussões estratégicas, o encontro contou com a participação remota de representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) de Brasília, que esclareceram dúvidas sobre ajustes na política de manejo e trouxeram atualizações importantes, como o orçamento e acessos a subsídios – uma pauta que chamou bastante atenção do grupo – e a apresentação do Plano Nacional da Bioeconomia pelos representantes do Ministério do Meio Ambiente (MMA), que estavam presente na reunião. A iniciativa valoriza a construção participativa e reforça o papel do Coletivo nesse processo.

Estreia de documentário
Houve também avanços no diálogo com o IBAMA, com a proposta de criação de um programa institucional para o manejo do pirarucu, resultado das incidências feitas no ano anterior e que agora avançam para aprovação. Outro destaque foi a estreia do documentário “Pirarucu Orgânico”, uma iniciativa apoiada pelo Mamirauá, Idesam e ASPROC, que teve grande receptividade entre os participantes.
Encerrando o encontro, destacou-se a importância de fortalecer os grupos de trabalho, mantendo reuniões online e remotas entre os encontros presenciais, a fim de garantir maior eficácia e continuidade nas ações coletivas. Caroline Fernandes, diretora do filme Pirarucu – Um Respiro na Amazônia, anunciou ainda a entrega simbólica da premiação conquistada no Festival de Cinema Sondrio, realizado na Itália, como reconhecimento pelo trabalho dos manejadores ao longo do ano.