Publicado em: 30.04.2024. Por: Renata Monty
O pirarucu selvagem e sustentável Gosto da Amazônia ganhou destaque em oficinas para cozinheiros e assistentes do Projeto Capacitar, do Instituto Joaquim, financiado pela Vale, na região mineradora de Antônio Pereira, em Ouro Preto, Minas Gerais. A iniciativa foi da chef Fabiana Pinheiro, do restaurante Sallva Brasília, que conhece de perto o manejo do peixe e já esteve na região Médio Juruá, junto com outros chefs e parceiros da marca.
Em aula show sobre “Gastronomia, Sustentabilidade e Empreendedorismo”, Fabiana falou sobre o trabalho coletivo realizado pela cadeia do pirarucu. A ideia foi replicar o conhecimento sobre empreendedorismo comunitário para os locais e incentivar o consumo do peixe pelos instrutores do projeto.
“O Gosto da Amazônia foi convidado como um parceiro meu para inspirar, mostrar que é possível sim a gente fazer associações colaborativas.Temos uma variedade de mais de 40 cursos na área de gastronomia. O objetivo é que essas pessoas possam empreender e também melhorar o serviço de turismo. Possam prestar serviços para pequenos negócios locais”, destacou Fabiana.
Ainda segundo a chef, a região tem diversos atrativos turísticos, com a histórica Ouro Preto e belezas naturais, como cachoeiras, que podem ser exploradas pelos locais como fonte de renda. Neste sentido, as comunidades do Coletivo Pirarucu podem inspirar iniciativas de práticas econômicas sustentáveis.
“A ideia foi mostrar que é possível sim, empreender, não só dependendo da Vale, não só dependendo da mineração, através do setor terceirizado da gastronomia é possível a gente ter uma remuneração justa e é possível ser sustentável. Vimos na Amazônia que o ribeirinho conseguiu ter uma remuneração mais justa que permitiu que ele ficasse no seu local de origem, não fosse embora para as grandes cidades buscar trabalho”, defendeu Fabiana.
Outro exemplo de prática sustentável trazido pela chef foi a gestão de resíduos sólidos utilizada no Sallva Restaurante, em Brasília. A meta da chef é chegar em 2025 com 100% dos resíduos destinados a locais responsáveis.
“Seremos lixo zero e fabricaremos a nossa própria energia elétrica através de placas solares. Então a gente foi mostrar o que a sustentabilidade também pode trazer de retorno econômico à marca, ao produto que a gente vende, à questão ambiental, como é importante a gente criar riqueza através dos resíduos”, exemplificou a chef.
O distribuidor regional da Verde Acqua, Junio Costa, representou o Gosto da Amazônia e falou sobre a cadeia de sustentabilidade do pirarucu, além do comércio justo.
“Foi um encontro inspirador, pois aquelas comunidades mineiras estão em busca de oportunidades. E o exemplo da cadeia do pirarucu proporciona tanto a sustentabilidade social, da parte da organização da comunidade, da prosperidade que isso gerou, econômica, porque é uma coisa que dá dinheiro, e ambiental porque protege a floresta, protege os recursos que estão ali vinculados ao manejo sustentável do pirarucu”, destacou Junio.