Gastronomia carioca se une pela sustentabilidade no Festival Gosto da Amazônia

Aconchego Carioca. Brandade de pirarucu, Pirarucu, batata, azeite, leite, pimenta rosa e salsa. Foto Rodrigo Azevedo

Do boteco ao restaurante estrelado, a gastronomia carioca mostra a sua força no Festival Gosto da Amazônia, programado para o período de 9 a 25 de Julho no Rio de Janeiro. São 77 estabelecimentos participantes que criaram pratos especiais com o pirarucu selvagem de manejo sustentável da Amazônia. Juntos mostram o seu apoio ao trabalho que beneficia as comunidades locais e promove a conservação da Floresta.

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Pirarucu defumado confitado do Hotel Emiliano. Foto Rodrigo Azevedo

A versatilidade do pirarucu é tamanha que o carioca vai poder escolher desde restaurantes badalados, como Emiliano, Chez Claude, SULT e Fairmont, na Zona Sul, a casas tradicionais da Zona Norte, como Aconchego Carioca e o Bar Santo Remédio, passando por centros gastronômicos importantes, como Cadeg-Benfica, Cobal-Humaitá e Uptown-Barra. Tem opções ainda em Niterói e Nova Iguaçu.

Acarajés com vatapá do Vivant, na Cobal do Humaitá. Foto Rodrigo Azevedo

Para quem adora petiscar, as opções vão de pastéis de pirarucu do Brewteco, tacos do Puebla Café, pirarucu empanado do Mãe Joana, acarajé com vatapá do Vivant e mini sanduíches do Liga de Boteco.

“Nós acreditamos ser muito importante usar produtos sustentáveis na nossa cozinha e, felizmente, podemos contar com o pirarucu aqui no Rio. Não queríamos nada que fosse fora do perfil do bar, então nos baseamos em um prato que já existia. Substituímos a barriga suína por barriga de pirarucu e o resultado foi surpreendente”, conta Bruno Magalhães, do Liga dos Botecos.

Sanduíche de barriga de pirarucu do Liga dos Botecos. Foto Rodrigo Azevedo

Para quem quer uma experiência da alta gastronomia, o chef francês Jérôme Dardillac, do estrelado Hotel Fairmont, em Copacabana, preparou o lombo de pirarucu selvagem assado na brasa com emulsão de tucupi (caldo da mandioca brava). Ele que já viveu e trabalhou em Manaus por dois anos explora alguns sabores marcantes da Floresta utilizando acompanhamentos como o tucupi, jambu e a castanha.

Pirarucu na brasa com caldo de tucupi e castanhas do Fairmont. Foto Rodrigo Azevedo

“O pirarucu é um produto excelente, com sabor e qualidade altíssimos. Decidi participar do Festival por ter gostado muito do projeto Gosto da Amazônia. Ele é abrangente, engloba o desenvolvimento da economia local, tem bases justas, evita a extinção da espécie e aumenta sua população, além de ter seu encanto próprio por se tratar do pirarucu, o maior peixe de água doce do Brasil, que além de lindo é muito saboroso”, defende o chef Dardillac.

Filé de pirarucu com palmito assado na casca do Otto, na Tijuca. Foto Rodrigo Azevedo

Tradicional na Tijuca, o Otto é um dos grandes consumidores do pirarucu sustentável no Rio de Janeiro, e serviu cerca 300 Kg só no primeiro semestre de 2021. Para o Festival, o proprietário Ottmar Grunewald estima servir 100 kg de peixe.

“Todo o cuidado envolvido com a pesca sustentável é uma mensagem muito importante para levarmos à mesa. O pirarucu de manejo é um produto muito superior ao de cativeiro, dá para sentir a diferença. Os clientes valorizam muito, com retorno muito positivo”, conta Ottmar, que vai preparar o filé grelhado sob uma cama de redução de vinho tinto com goiabada cascão, guarnecido com tablete de risoto arbóreo, recheado com queijo coalho, acompanhado com palmito natural assado na casca e regado com manteiga e salsa.

Pirarucu na crosta de castanha do Cantinho do Pará, no Uptown Barra. Foto Lipe Borges

Na Barra da Tijuca, diversos restaurantes do Uptown se preparam para a viagem pelos sabores da Amazônia. No Cantinho do Pará, o prato explora diversos insumos da Floresta, com o pirarucu na crosta de castanha e musseline de tucupi, acompanhado de vinagrete de feijão manteiguinha e farofa de jambu.

“O pirarucu faz parte desse contexto da gastronomia do Norte. Estamos animados com a possibilidade de mais um Festival e de estar divulgando um projeto sustentável”, afirma Lia Martins, proprietária do Cantinho do Pará.

Costela defumada com purê de baroa do News Pizza, em Nova Iguaçu. Foto Rodrigo Azevedo

Em Nova Iguaçu, Jorge Renato, proprietário do restaurante News Pizza and Dining conta que já conhecia o peixe, mas que encontrava dificuldades para recebê-lo. Ao saber do projeto do Coletivo do Pirarucu, que realiza a pesca autorizada pelo Ibama, ficou empolgado com a possibilidade de criar um prato com o pirarucu sustentável.

“Conhecer a história do manejo e poder oferecer um peixe de sabor e textura especial aqui será muito gratificante. Torço para que todos gostem do nosso prato”, diz Jorge, que realizou um processo de defumação para a costela de pirarucu e pretende servi-la com purê de baroa, repolho, farofa de bacon.

Saiba mais sobre o Festival Gosto da Amazônia e participantes no site: gostodaamazonia.com.br/festival